Não tenha pressa para nomear um diretor de inteligência artificial

Por Ava McCartney | 3 minutos de leitura | 22-03-2024

Contexto geral

Concentre-se em uma estratégia de negócios geradora de valor infundida com a IA

É comum observar organizações com uma diretriz de tecnologia de IA sendo usada como uma estratégia. Eles não reconhecem que as atividades em torno da inteligência artificial e da IA generativa são decisões de negócios, econômicas, sociais, éticas e tecnológicas.

Para evitar esse erro, é necessária uma abordagem holística e integrada com liderança e governança claras. No entanto, isso não significa que as organizações devem se apressar para apontar um diretor de IA.

Para a maioria, um líder de IA que não está em um nível de diretoria executiva será perfeitamente capaz de gerenciar os dois principais aspectos da execução da estratégia de IA: orquestração e governança multidisciplinar.

Quem lidera a responsabilidade sobre a IA para o negócio

  • Muitas organizações ainda estão debatendo sobre onde reside a responsabilidade pelas iniciativas de IA e IA generativa. Uma pesquisa recente da Gartner constatou que um conjunto diverso de líderes é atualmente responsável pela entrega da IA;
  • Nossa pesquisa mostra que o líder de IA deve combinar uma liderança de negócios e tecnologia para avaliar de forma eficaz as possibilidades, o poder e os perigos da IA e da IA generativa;
  • Agências governamentais observarão um aumento nas demandas para a supervisão da IA, incluindo uma diretriz recente dos EUA em que agências do governo designam um diretor executivo de IA para liderar e conduzir as atividades.

Os 3 fatores críticos para o sucesso das iniciativas de IA

  • Estratégia de negócio alinhada: concentre-se na criação de uma história de valor, que ilustra o progresso em direção aos resultados de negócios, vinculados a uma estratégia de negócios da organização. Quanto mais você estiver disposto a repensar e recalibrar o seu negócio, maior será o impacto potencial da IA;

  • Orquestração colaborativa: haverá muitas iniciativas de IA e IA generativa simultâneas que exigem recursos funcionais, técnicos, de segurança, dados e análises, além de muitos outros recursos organizacionais. Para a melhor chance de sucesso, orquestre-os em conjunto; 

  • Governança multidisciplinar: modelos genéricos são muito restritivos, embora uma governança em silos limite a coordenação e resulte em padrões de comportamento inconsistentes por toda a organização.

A Gartner estima que os gastos em IA e IA generativa atingirão níveis “materiais” (relevantes) para mais de 80% das organizações.

Fonte: Gartner

Adote uma abordagem sinérgica, multidisciplinar e iterativa.

  • As áreas de estratégia, orquestração e governança incluem:

    • Objetivos de negócios estratégicos e alinhamento;

    • Execução operacional; 

    • Mensuração; 

    • Estratégia de dados prontos para IA e curadoria contínua; 

    • Segurança

    • Governança; 

    • Risco e regulatório; 

    • Mudanças de talento e destreza (incluindo um programa de alfabetização de IA e confiança); 

    • Nível de confiança e mudanças comportamentais na tomada de decisões

    • Ética e conformidade.

  • Nada disso é uma tarefa única. Equipes multidisciplinares devem revisitar repetidamente cada item e ajustar de forma dinâmica usando uma abordagem com risco ajustado e que possa ser repetida.

A história por trás da pesquisa

De Frances Karamouzis, Vice-Presidente Analista Emérito da Gartner

“Esqueça o cargo e se concentre no valor da IA. O que é mais importante é que as organizações tenham uma estratégia de negócios infundida com a IA, em vez de uma diretriz de tecnologia de IA sendo usada como estratégia.”

3 ideias para abordar com seus colegas

1

A diretoria deve garantir estruturas organizacionais capacitadas, aplicadas e habilitadas para impulsionar e executar uma estratégia de IA com sucesso.


2

Isso requer liderança e responsabilidade, mas não necessariamente justifica uma posição de nível de diretoria dedicada.


3

Levando em consideração a velocidade das atualizações e mudanças da IA, é imperativo que as organizações adotem uma abordagem dinâmica, iterativa, ajustada ao risco e que possa ser repetida.

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Frances Karamouzis é Analista Vice-Presidente Distinta no Grupo de Pesquisa e Consultoria da Gartner, com foco em Inteligência Artificial, Hiperautomação e Automação Inteligente. Karamouzis está focada em pesquisas que abordam estratégia, criação de valor, casos de uso, casos de negócios e tendências disruptivas. Karamouzis apareceu e/ou contribuiu com relatórios apresentados no  programa 60 Minutes, CNN, CNBC, PBS, Business Week, Forbes e no Council for Foreign Relations. Ela também obteve um diploma de bacharel em Negócios Internacionais e Contabilidade pela Universidade de Nova York. Ela também concluiu seu M.B.A. em Finanças na Universidade de Nova York.

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